Crise da aviação na Alemanha: o que está acontecendo com as companhias aéreas?
A aviação alemã enfrenta desafios crescentes, e uma das principais preocupações é a retirada gradual de companhias aéreas de baixo custo dos aeroportos do país. Empresas como Ryanair e EasyJet reduziram significativamente o número de aeronaves baseadas na Alemanha, realocando-as para outros destinos europeus com condições mais atrativas. Atualmente, o número de aviões no país caiu de cerca de 190 para apenas 130, representando uma redução de quase um terço.
Apesar de o tráfego de passageiros ter apresentado sinais de recuperação, o setor ainda sente os impactos da pandemia e das dificuldades econômicas. Nos primeiros seis meses deste ano, cerca de 100 milhões de passageiros passaram pelos aeroportos alemães, mas esse número permanece bem abaixo dos níveis registrados em 2019, antes da crise sanitária global.
O impacto econômico dessa tendência é significativo. Cada aeronave de médio alcance gera centenas de empregos e movimenta milhões de euros na economia local. A redução da presença das companhias aéreas não apenas enfraquece as conexões internacionais da Alemanha, como também causa prejuízos diretos para empresas e comunidades que dependem da aviação.
Especialistas do setor apontam que os altos impostos e taxas são um dos principais fatores do problema, elevando o custo médio de um voo dentro da Europa para cerca de 35 euros por passageiro — valor considerado pouco competitivo. Eles defendem reformas e incentivos fiscais para evitar que o setor continue perdendo força.
O calendário de voos de inverno, que começa no final de outubro, prevê um aumento moderado da capacidade dos aeroportos alemães, mas as expectativas de uma recuperação completa permanecem cautelosas. Os voos domésticos, tradicionalmente essenciais para a mobilidade interna, ainda operam com apenas metade da capacidade pré-pandemia.
Enquanto isso, outros países europeus mostram recuperação mais acelerada, com capacidade de voo até superior aos níveis pré-pandemia. O cenário indica que a Alemanha precisará adotar políticas mais favoráveis para suas companhias aéreas, caso queira manter sua relevância no setor.
A aviação segue sendo vital para a mobilidade, o turismo e o desenvolvimento econômico. Sem medidas estratégicas de apoio, o país corre o risco de perder seu papel de destaque como um dos principais hubs aéreos da Europa.
